quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Comendo fumaça e mascando pneus.

Eu que já estava cansada do meu Forever Aloneismo no blog, me ligando à confecção de pareceres fictícios e provas sobre Machado de Assis. Porém, volto hoje para expressar de forma não tão fiel aos meus sentimentos, a irritação e decepção que tenho com toda a população-automóvel.






Tenho que admitir que no quesito de respeito às faixas de pedestes, os brasilienses ganham de 1000 a zero para qualquer outro lugar do DF e entorno que eu conheça. Só que isso me faz querer morar e dormir em uma faixa de pedestres, pois é o único lugar que me sinto segura e sei que as pessoas não passarão por ali a 80km/h.
O caso é que as pessoas-automóveis, que são onipotentes e indestrutíveis por estarem dentro de seus carros reluzentes e com atmosfera fresca, assim que saem as ruas esquecem o que é respeito, cordialidade e, arrisco dizer, o que é uma vida.
Não digo que agora pessoas-automóveis tem de andar à 20km/h e parar a cada vez que alguém insinua atravessar uma via com um movimento médio de 30mil carros/dia. Isso seria estupidez da minha parte. O que me revolta é motoristas acharem que só porque uma pessoa não utilizou a faixa na travessia de uma rua entrequadras ela mereça ser atropelada.
É muito fácil um apressadinho de automóvel fazer um retorno 2km longe, é só drigir a 100km/h e tudo está certo. Mas a apressadinha aqui, que tem a marca dos pneus Ipanema ou Olympikus, não pode deixar de caminhar 0,5km pra tentar chegar ao destino com os pés menos embarrados e a roupa menos ensopada em um dia de chuva. Não, se ela fizer isso será vítima de buzinas, atropelos, xingamentos.
Na Eixo rodoviário de Brasília, que não possui semáforos ou faixas, temos as passarelas subterrâneas. Toda vez que passo por ela acho que seu cheiro de dejetos humanos e drogas não pode ficar pior e mesmo assim, a cada nova passagem que faço, acho que está pior.
Mas isso não é o problema central, antes o fosse. O real problema dessas passarelas é o de nunca haver iluminação (uma lâmpada não dura 2 dias sem ser depredada por vândalos) e de comumente ocorrerem assaltos à luz do dia, já que é uma passarela subterrânea e está sempre escuro =].
Mas tudo bem, os prejudicados nessa história são só moradores de cidades satélites que ganham R$545,00 e não tem poder de mudar nada, ciclistas, estudantes e quem mais for que não tenha seu carro japonês, alemão, inglês ou qualquer outra nacionalidade.
E esse pessoal-automóvel que passa por cima do que seriam bons modos, ou simplesmente passam por cima de pessoas, continuará xingando quando chegar o dia em que suas veias obesas estarão tão entupidas de colesterol, quando suas colunas atrofiadas urrarem pedindo socorro e quando virem que odiagnóstico do cardiologiasta é: agora tem de caminhar. E o pior: em cima de uma esteira, que não leva a lugar algum.

Abaixo, um vídeo cômico do querido Guilherme Zaiden (confissoes de um emo, Pastor Cerafim, entre outros), que fala da realide do famoso Eixão de Brasília. Obrigada.


http://www.youtube.com/watch?v=XwwTlzAZq9I