sexta-feira, 28 de junho de 2013

A vida vista com outros olhos

       














         "O lento e dilacerante desligamento da vida, a perda de vitalidade, a dor da atrofia muscular, o descamamento da pele, as veias que saltam, as costelas que furam os olhos de quem assiste sem poder assistir. Os cabelos esvoaçantes, que como galhos se desprendem da matriz e deixam o corpo de morte.

           Nada como a perda de sentido. A vida sem importância, sem cor. O Sol queima, mas não aquece. O amor alimenta mas não nutre. A morte vem ao abraço e não há forças para fugir. O estar entregue,  a desistência. Uma luta finda. O oxigênio suficiente para um corpo insuficiente. Um ânimo esturricado, torturado, traumatizado. Um tanto fez-tanto faz, que a morte já basta. É um descanso.

           Os olhos veem o mundo diferente. Sinta a fome e veja em meio a cegueira, que não há nada mais para ser visto."

Bianca Brignoni - 25/06

terça-feira, 4 de junho de 2013

Levotiroxina Sódica






















      Eu não pretendo escrever nada de incrível, agora. Talvez porque eu não sinta, eu não pense nada de incrível.
      É corrente o pensamento de progresso que está nas ruas, nas cabeças de quem anda lá fora. Eu me estagnei e não possuo nenhum grande sonho, nenhum desejo. Na minha mente não se passa nada. Coisas que tenho de fazer, opiniões que tenho de expressar, comportamentos que devo adotar, ou descartar.
     As pessoas querem o progresso, as pessoas querem menos egoísmo. Mas tudo acontece dentro do eu, e é impossível agir sem ligar o que você faz ao que você pensa, ao que você gosta ou odeia.
     Definitivamente é tudo uma besteira. E eu nem posso opinar sobre. Eu estou vazia, fria. Simplesmente não tenho interesse nenhum sobre nenhum dos assuntos correntes, não ligo para pessoas inconsequentes, drogadas, sequeladas, traumatizadas, retardadas. Não quero saber da minha vida, quem dirá da sua. Não quero saber das fofocas da rua, da cidade, do mundo.
     Eu leio, eu produzo, pouco. E mal. E não ligo. tanto faz se sou muita merda ou pouca. O universo continua aí. Mas eu não.

Bianca Brignoni - 21/05/2013

Se isso não é... O que é isso que eu sinto?


Ps: momentos introspectivos.

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Ouvir a música "Construção" do Chico Buarque me dá a mesma tristeza e a mesma mágoa que discutir a cultura e a história brasileira.
Sei lá, quando a gente pensa demais a gente se atrapalha e não faz mais nada que olhar pro nada.
Tem mais gente vendo meu blog da Rússia que do Brasil.

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Sem mais,

Biblioteca, garrafinha de água ITIQUIRA do lado esquerdo, caderno em cima dos textos de lógica que já deviam estar lidos.
No meio eu. Eu aqui procrastinando afazeres que não me agradam, mediando minha média vida de classe média. Média-baixa.
Já que estou num momento subversivo, deixo o meu toque de subversividade que surgiu hoje na aula de Literatura Brasileira- Modernismo. Apenas mais palavras colocadas uma ao lado da outra obedecendo determinados critérios:


Meus movimentos e meus versos
Não servem de nada para din-dins.
Não servem ao Tio Sam
Não servem ao patrão.

Que patrão?
Se sou só
Só poemas não tem portas fechadas
E nem portas abertas.
Só poemas
Depois de comida quem sabe.

Bianca (eu)


Sim, estou sob influências como todo mundo todos os dias está.
beijos ;*

sábado, 17 de dezembro de 2011

Pra quê? Por quê?



Você que tem várias caligrafias,

Muitos penteados

E diversos eus.

Você que foi filho, que é pai,

Que será tia ou que é mãe e médica.

Como pode saber quem é?

Como vota em quem nào é?

Como ama sem saber quem ama?

Diga o porquê de ser assim.

Acordar, comer, dormir.

Trabalhar, correr, se divertir.

Onde está a diferença?

Não vê que não há identidade?

Quem sabe nem personalidade.

Hahaha, o vazio é só meu.

O desencontro é comigo mesma.

Uma constante queda sem direção,

Sem dispersão.

Pra que eu sou?

Vários preenchimentos de meu EU.

Todos efêmeros, impulsivos, intensos.

Mas logo se vão e lá está o vácuo.

Um ser que é tantos em vários tempos.

Uma viagem em que me apresento a mim mesma tantas vezes.

Um deja vù apenas,

Pois nem cheguei a já conhecer.

Bianca Brignoni 24-05-2011


Tenho estado numa disputa só. mil sóis pra uma Terra só.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Comendo fumaça e mascando pneus.

Eu que já estava cansada do meu Forever Aloneismo no blog, me ligando à confecção de pareceres fictícios e provas sobre Machado de Assis. Porém, volto hoje para expressar de forma não tão fiel aos meus sentimentos, a irritação e decepção que tenho com toda a população-automóvel.






Tenho que admitir que no quesito de respeito às faixas de pedestes, os brasilienses ganham de 1000 a zero para qualquer outro lugar do DF e entorno que eu conheça. Só que isso me faz querer morar e dormir em uma faixa de pedestres, pois é o único lugar que me sinto segura e sei que as pessoas não passarão por ali a 80km/h.
O caso é que as pessoas-automóveis, que são onipotentes e indestrutíveis por estarem dentro de seus carros reluzentes e com atmosfera fresca, assim que saem as ruas esquecem o que é respeito, cordialidade e, arrisco dizer, o que é uma vida.
Não digo que agora pessoas-automóveis tem de andar à 20km/h e parar a cada vez que alguém insinua atravessar uma via com um movimento médio de 30mil carros/dia. Isso seria estupidez da minha parte. O que me revolta é motoristas acharem que só porque uma pessoa não utilizou a faixa na travessia de uma rua entrequadras ela mereça ser atropelada.
É muito fácil um apressadinho de automóvel fazer um retorno 2km longe, é só drigir a 100km/h e tudo está certo. Mas a apressadinha aqui, que tem a marca dos pneus Ipanema ou Olympikus, não pode deixar de caminhar 0,5km pra tentar chegar ao destino com os pés menos embarrados e a roupa menos ensopada em um dia de chuva. Não, se ela fizer isso será vítima de buzinas, atropelos, xingamentos.
Na Eixo rodoviário de Brasília, que não possui semáforos ou faixas, temos as passarelas subterrâneas. Toda vez que passo por ela acho que seu cheiro de dejetos humanos e drogas não pode ficar pior e mesmo assim, a cada nova passagem que faço, acho que está pior.
Mas isso não é o problema central, antes o fosse. O real problema dessas passarelas é o de nunca haver iluminação (uma lâmpada não dura 2 dias sem ser depredada por vândalos) e de comumente ocorrerem assaltos à luz do dia, já que é uma passarela subterrânea e está sempre escuro =].
Mas tudo bem, os prejudicados nessa história são só moradores de cidades satélites que ganham R$545,00 e não tem poder de mudar nada, ciclistas, estudantes e quem mais for que não tenha seu carro japonês, alemão, inglês ou qualquer outra nacionalidade.
E esse pessoal-automóvel que passa por cima do que seriam bons modos, ou simplesmente passam por cima de pessoas, continuará xingando quando chegar o dia em que suas veias obesas estarão tão entupidas de colesterol, quando suas colunas atrofiadas urrarem pedindo socorro e quando virem que odiagnóstico do cardiologiasta é: agora tem de caminhar. E o pior: em cima de uma esteira, que não leva a lugar algum.

Abaixo, um vídeo cômico do querido Guilherme Zaiden (confissoes de um emo, Pastor Cerafim, entre outros), que fala da realide do famoso Eixão de Brasília. Obrigada.


http://www.youtube.com/watch?v=XwwTlzAZq9I

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

O retorno

Tudo que preciso é de uma frase.

Seja pra te calar.

Pra te fazer ouvir.

Pra ouvir a revolta.

Talvez a confirmação da minha própria derrota.

Enquanto insistem que o mundo é mundo pelas relações políticas,

Eu continuo viajando nessas ações humanitárias,

Essas representações igualitárias,

Que não me levam a lugar algum.

Mas…

E quem disse que eu quero ir?

Meu interesse é outro.

O de não voltar a essa ideia de que o mundo é mundo pelas relações políticas.

Sabe o valor quem já conseguiu fugir das escolas que fazem das cabeças, cocô.

Quem viveu um dia de amor intenso sem grandes brilhos,

Quem teve a vida sobre os trilhos,

No instante do trem passar.

Quem piscou e se viu sem vida,

Quem viveu e nem piscou,

De quem a vida parou

Tudo por causa do cara que não arriscou.

Chega desses versos que não tratam dessas tais relações políticas.